TÓQUIO, 8 de outubro de 2024 (WAM) -- Os salários reais do Japão em agosto caíram 0,6% em relação ao ano anterior, marcando a primeira queda em três meses, já que o crescimento salarial não conseguiu acompanhar a aceleração dos aumentos de preços, mostraram dados do governo nesta terça-feira.
Segundo a Kyodo News, a queda nos salários ajustados pela inflação, um indicador do poder de compra dos consumidores, também refletiu o enfraquecimento do impacto dos bônus de verão mais altos pagos em junho e julho. Os salários reais marcaram o primeiro aumento em 27 meses em junho.
As empresas japonesas concordaram com seus maiores aumentos salariais em três décadas durante as negociações trabalhistas deste ano, impulsionadas em parte pela escassez de mão de obra. O governo havia solicitado repetidamente aumentos salariais, pois busca criar um ciclo positivo em que os salários crescentes aumentem o consumo dos consumidores.
Os salários nominais, ou a média do total mensal de ganhos em dinheiro por trabalhador, incluindo salário base e pagamento de horas extras, cresceram 3,0% para 296.588 ienes (US$ 2.000), subindo pelo 32º mês consecutivo, de acordo com o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar.
Excluindo bônus e pagamentos não programados, os salários médios subiram 3,0% para 264.038 ienes, o maior aumento em quase 32 anos. As horas extras e outros benefícios aumentaram 2,6%, totalizando 19.599 ienes, segundo os dados.
Dados separados mostraram que os gastos das famílias do país também diminuíram em agosto, caindo 1,9% em termos reais em relação ao ano anterior, a primeira queda em dois meses.
Os gastos das famílias são um indicador chave do consumo privado, que representa mais da metade do produto interno bruto do Japão.