ABU DHABI, 9 de junho de 2025 (WAM) – A Cleveland Clinic Abu Dhabi realizou com sucesso a primeira cirurgia citorredutora robótica com quimioterapia intraperitoneal hipertérmica (HIPEC, na sigla em inglês) nos Emirados Árabes Unidos para tratar um tumor raro no apêndice, marco médico que reforça a posição de Abu Dhabi como referência global em saúde inovadora.
O procedimento complexo foi realizado em uma paciente de 48 anos e envolveu a remoção de vários órgãos internos para evitar a disseminação do tumor em sua cavidade abdominal.
A cirurgia pioneira foi liderada pelo Dr. Yasir Akmal, cirurgião oncológico com formação nos Estados Unidos e médico da equipe do Instituto de Doenças Digestivas da Cleveland Clinic Abu Dhabi, com apoio de uma equipe multidisciplinar.
Tumores apendiculares representam menos de 1% dos casos de câncer no mundo e são identificados em cerca de 1,4% dos pacientes submetidos a apendicectomia.
A paciente inicialmente apresentou sintomas semelhantes aos de apendicite, o que levou à remoção do apêndice. No entanto, durante o procedimento, o cirurgião observou depósitos gelatinosos na cavidade abdominal. O exame patológico subsequente confirmou a presença de uma neoplasia mucinosa de baixo grau — tumor raro que, se não tratado, pode se espalhar pelo abdômen, resultando na condição conhecida como pseudomixoma peritoneal, ou “barriga de gelatina”.
Dr. Georges-Pascal Haber, diretor-executivo da Cleveland Clinic Abu Dhabi, afirmou: “Estamos ultrapassando os limites da cirurgia robótica e temos orgulho de utilizar essa tecnologia avançada em um procedimento tão complexo como o da paciente. A Cleveland Clinic Abu Dhabi é líder em inovação cirúrgica, aprimorando continuamente técnicas minimamente invasivas para melhorar os resultados e a qualidade de vida dos pacientes.”
Após a remoção do tumor, foi aplicado o tratamento HIPEC — quimioterapia intraperitoneal hipertérmica —, em que um agente quimioterápico aquecido a 42°C é circulado na cavidade abdominal por 90 minutos com o objetivo de eliminar células cancerígenas residuais.
Destacando o caráter tanto curativo quanto preventivo da cirurgia, o Dr. Akmal explicou que a condição da paciente foi diagnosticada em estágio avançado, porém tratável, e que, graças à intervenção oportuna da equipe multidisciplinar e ao uso de ferramentas diagnósticas baseadas em inteligência artificial, foi possível eliminar as células tumorais com precisão.