DOHA, 25 de junho de 2025 (WAM) — O Conselho Ministerial do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) condenou veementemente os ataques com mísseis realizados pela República Islâmica do Irã contra uma base militar no Estado do Qatar. Para o CCG, trata-se de uma violação flagrante, perigosa e inaceitável da soberania e do espaço aéreo catariano, além de um desrespeito aos princípios de boa vizinhança, ao direito internacional e à Carta das Nações Unidas — independentemente de qualquer justificativa.
Em comunicado final emitido após a 49ª Reunião Extraordinária do Conselho Ministerial, realizada na noite desta terça-feira (25) em Doha com a presença dos chanceleres dos países-membros, o órgão expressou total solidariedade ao Qatar e declarou apoio irrestrito a todas as medidas adotadas pelo país para proteger sua segurança e estabilidade.
O Conselho elogiou a atuação das Forças Armadas do Qatar diante da agressão iraniana e destacou que a segurança e estabilidade do país são essenciais para todo o bloco. Reiterou que qualquer ameaça contra um Estado-membro representa ameaça direta aos demais e reafirmou o repúdio a qualquer violação da soberania catariana ou tentativa de desestabilização.
O documento também enfatiza a necessidade de respeito aos princípios da Carta da ONU, ao direito internacional e à boa vizinhança, com defesa da soberania estatal, não intervenção em assuntos internos, solução pacífica de conflitos e rejeição ao uso ou ameaça de uso da força.
O Conselho saudou o anúncio de cessar-fogo feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e defendeu a interrupção imediata de todas as ações militares. Também elogiou os esforços do Qatar na mediação para alcançar o cessar-fogo e preservar a segurança e a estabilidade regionais.
O CCG conclamou todas as partes a aproveitarem a oportunidade para reduzir tensões e adotar a diplomacia como meio eficaz de resolver conflitos. Pediu máxima contenção para evitar que a região e seus povos sejam levados à guerra e defendeu negociações sérias em busca de soluções sustentáveis. O Conselho reiterou disposição para apoiar todas as iniciativas nesse sentido.
O órgão ainda parabenizou o presidente Trump pelo êxito em garantir o cessar-fogo entre Irã e Israel, bem como por seu apelo para avanços em direção a uma trégua permanente na Faixa de Gaza.
O Conselho condenou a continuidade da agressão israelense contra Gaza e os ataques a civis. Rejeitou a escalada militar promovida pelas forças de ocupação no norte e sul da Faixa, a expansão sobre vastas áreas do território e a obstrução do trabalho de organizações humanitárias internacionais. Ressaltou a urgência de retomar negociações para alcançar um cessar-fogo e garantir o envio de ajuda aos civis.
O CCG destacou a importância da Visão de Segurança Conjunta, anunciada em março de 2024, que prioriza o diálogo e a diplomacia como caminhos para superar crises e preservar a paz regional. Alertou que qualquer escalada pode comprometer a segurança do Golfo e levar a consequências catastróficas para a paz internacional.
O Conselho também elogiou o papel de Omã na facilitação de negociações entre Estados Unidos e Irã sobre o programa nuclear, além de reconhecer a contribuição do Qatar, dos EUA e de outros países na promoção da distensão. Defendeu a continuidade dos esforços de mediação eficazes.
Por fim, o Conselho reforçou a necessidade de garantir a segurança do espaço aéreo, mares e rotas comerciais da região, além de combater ameaças à estabilidade regional e global, como ataques a navios, riscos à navegação e ao comércio internacional, e ações contra infraestruturas energéticas. O órgão reafirmou o compromisso dos países do Golfo com a estabilidade dos mercados globais de energia.