ABU DHABI, 3 de novembro de 2023 (WAM) -- Razan Al Mubarak, presidente da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês), convocou os principais representantes do setor de transporte marítimo reunidos em Abu Dhabi para participar do Ocean Breakthroughs (Inovações no Oceano), uma iniciativa global de conservação marinha e ação climática que visa reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa em até 35% até 2050.
Al Mubarak se dirigiu a um público de representantes de alto nível do setor na Conferência Mundial de Portos, que foi organizada pelo Grupo AD Ports e realizada pela primeira vez no Oriente Médio no Centro Nacional de Exposições de Abu Dhabi (ADNEC). Ela foi uma das três participantes do painel Road to COP28 (Caminho para a COP28), uma discussão sobre as medidas tomadas pelo setor de transporte marítimo para reduzir sua pegada de carbono antes das negociações climáticas da ONU em Dubai, no final deste mês.
"O transporte marítimo está na interseção da tripla crise planetária - mudança climática, poluição e perda de biodiversidade", disse Al Mubarak, que também é campeã de alto nível da ONU para a COP28 e responsável por incentivar medidas climáticas ambiciosas por parte de órgãos públicos subnacionais e entidades comerciais para complementar as ações dos estados, partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática.
"Embora já existam compromissos para melhorar o desempenho ambiental do transporte marítimo, esses esforços precisam ser harmonizados. Um setor marítimo sustentável e resiliente precisa considerar não apenas como descarbonizar, mas também como lidar com uma infinidade de outros impactos ambientais, sociais e socioeconômicos", afirmou.
De acordo com a Agência Internacional de Energia, o transporte marítimo internacional foi responsável por cerca de 2% das emissões globais de carbono relacionadas à energia em 2022. Além da descarbonização - com uma estratégia revisada da Organização Marítima Internacional para atingir emissões líquidas zero do transporte marítimo até 2050, uma medida bem-vinda - é necessário "abordar de forma mais holística o impacto do transporte marítimo no ambiente marinho", disse Al Mubarak. Os atropelamentos de mamíferos marinhos, o ruído subaquático e a transferência de espécies invasoras são três questões fundamentais a serem abordadas, declarou.
Os operadores portuários também têm um papel importante a desempenhar no esforço para reduzir os impactos ambientais da navegação. Além disso, a infraestrutura marítima está enfrentando um estresse cada vez maior devido aos efeitos físicos da mudança climática. Por exemplo, em 2005, o furacão Katrina causou mais de USD 2 bilhões em danos aos portos do sudeste dos Estados Unidos.
Al Mubarak dividiu o palco com Emanuele Grimaldi, presidente da Câmara Internacional de Navegação, que representa mais de 80% da frota mercante global; e com o capitão K Subramaniam Karuppiah, presidente da Associação Internacional de Portos, uma aliança de 169 autoridades portuárias e 134 empresas relacionadas a portos. Ela conclamou a Câmara Internacional de Navegação e a Associação Internacional de Portos a se juntarem ao Ocean Breakthroughs lançado pela IUCN no mês passado.
Resultantes dos esforços conjuntos da Parceria de Marrakech para a Ação Climática Global e desenvolvidos com o apoio dos Campeões de Alto Nível das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, os Ocean Breakthroughs são metas baseadas na ciência para cinco setores-chave dos oceanos. As metas para o setor de transporte marítimo incluem a capacitação de 450 mil marítimos, a criação de portos adaptados ao clima e a obtenção de pelo menos 5% de combustíveis de emissão zero no transporte marítimo.
"Os Ocean Breakthroughs fornecem uma estrutura rigorosa e com base científica para avaliar o impacto do setor marítimo e planejar ações responsáveis", destacou Al Mubarak. “Eu convido a Câmara Internacional de Navegação, a Associação Internacional de Portos, a Associação de Portos e outros participantes do setor a se juntarem a nós no esforço de criar um futuro sustentável e positivo para a natureza.”
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