NOVA YORK, 9 de setembro de 2024 (WAM) -- Stephane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, declarou que o novo ano letivo, que deveria começar nesta segunda-feira (09/09) em toda a Faixa de Gaza, não pode ser iniciado em nenhuma das 200 escolas do enclave, já que a maioria das quais está sendo usada como abrigo para palestinos deslocados.
Em um comunicado, Dujarric disse que, após 11 meses de hostilidades, mais de 600 mil estudantes estão sendo privados do acesso à educação formal por mais um ano. O porta-voz acrescentou que as crianças em Gaza continuam a sofrer os piores efeitos da crise humanitária no local, incluindo o risco de surtos de doenças.
Saúde
Dujarric observou que a ONU e seus parceiros continuam seus esforços para proteger as crianças contra o vírus da polio, com o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) informando que os parceiros concluíram a segunda fase da campanha de vacinação no domingo no sul de Gaza. Mais de 256 mil crianças em Khan Younis e Rafah foram alcançadas em um período de quatro dias durante a segunda fase da campanha de vacinação, acrescentou.
O porta-voz salientou que a rodada inicial da campanha já está quase 70% concluída – com mais de 446 mil crianças vacinadas das 640 mil visadas durante a primeira rodada de vacinações – e que a segunda rodada deve começar em quatro semanas.
A OCHA alertou que as repetidas ordens de evacuação estão aprofundando a crise humanitária para centenas de milhares de pessoas em Gaza. “Até o momento, mais de 55 ordens de evacuação continuam em vigor, cobrindo até 86% da Faixa.”
Em um contexto relacionado, as Nações Unidas marcaram o Dia Internacional para Proteger a Educação contra Ataques.
Em uma mensagem, o secretário-geral da ONU disse que, nos últimos anos, houve um aumento dramático nos ataques a estudantes, professores, funcionários da educação e escolas em todo o mundo – de Gaza ao Sudão, Mianmar, Ucrânia, Colômbia, República Democrática do Congo e outros lugares.
António Guterres pediu a todos os países que apoiem os esforços para garantir que as crianças e os jovens possam continuar aprendendo durante as crises e após o fim dos combates, ao lembrar que a educação funciona como uma porta de entrada para um maior acesso ao mercado de trabalho.