DUBAI, 12 de fevereiro de 2025 (WAM) – A Cúpula Mundial de Governos (WGS, na sigla em inglês) lançou a segunda edição do Índice de Potencial Produtivo (PPI), desenvolvido em parceria com a Strategy& Middle East, parte da rede PwC.
Nesta edição, o índice ampliou seu escopo de 25 para 60 países, proporcionando uma análise mais abrangente dos fatores que impulsionam a produtividade no mundo atual. O PPI redefine a forma como a produtividade é medida, incorporando dimensões essenciais para o século XXI, como sustentabilidade ambiental, bem-estar, inovação e qualidade institucional.
O relatório estima que, ao aprimorar seus fatores mais frágeis de produtividade, as economias do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) poderiam acelerar o crescimento do PIB regional de 3,5% para 6,0%, adicionando US$ 2,8 trilhões à economia do Golfo nos próximos dez anos. Globalmente, se todos os países analisados pelo índice melhorassem seus indicadores de produtividade mais fracos para igualar os melhores desempenhos, o crescimento econômico mundial poderia aumentar em US$ 87 trilhões.
Entre os países do GCC, a Arábia Saudita lidera com uma pontuação de US$ 69,3 por hora trabalhada, seguida por Kuwait (US$ 60,8), Qatar (US$ 57,2) e Bahrein (US$ 56,9). Os Emirados Árabes Unidos alcançaram US$ 48,7 por hora trabalhada. Notavelmente, Bahrein, Qatar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos estão entre os 10 países com melhor desempenho global no pilar de capital físico, que contribui com US$ 22 a US$ 24 por hora trabalhada para o potencial produtivo. Esse pilar inclui infraestrutura confiável, equipamentos modernos e tecnologias aplicadas que impulsionam a produtividade.
O sucesso da região do Golfo demonstra como políticas direcionadas e investimentos estratégicos em manufatura, logística e infraestrutura digital podem acelerar o crescimento em diversos setores.
A produtividade tem sido historicamente o motor das economias modernas, influenciando a competitividade global, a qualidade de vida e a prosperidade de longo prazo. No entanto, as métricas tradicionais não capturam totalmente os desafios contemporâneos, como mudanças climáticas, perda de biodiversidade, transformações sociais e envelhecimento populacional. Além disso, essas ferramentas costumam olhar para o passado, analisando desempenho anterior em vez de identificar oportunidades futuras.
O Índice de Potencial Produtivo (PPI) adota uma abordagem prospectiva, ajudando os países a entender seu verdadeiro potencial de produtividade e identificar os motores do crescimento futuro. Além dos pilares tradicionais — capital humano, capital físico e inovação —, o PPI amplia sua análise para incluir capital social, capital natural e qualidade institucional, oferecendo aos líderes uma visão mais moderna e abrangente para enfrentar os desafios do presente.
Dima Sayess, sócia da Strategy& Middle East e diretora do Ideation Centre, destacou o impacto transformador do estudo: “Nossa análise mostra que medidas não tradicionais de produtividade estão moldando a direção da mudança, tanto regional quanto globalmente. Fatores como confiança social, qualidade das instituições e indicadores ambientais desempenham um papel crucial no crescimento econômico. Compreender esses mecanismos permitirá que os formuladores de políticas desenvolvam soluções eficazes e direcionadas”.
O PPI se diferencia por três aspectos fundamentais: identifica forças e fraquezas, permitindo que os países reconheçam onde estão à frente e onde precisam melhorar; foca nos fatores determinantes do crescimento, destacando as alavancas mais impactantes para aumentar a produtividade e o desenvolvimento econômico; e oferece caminhos acionáveis, proporcionando aos governos um roteiro claro para reduzir lacunas e alcançar os níveis das economias mais produtivas do mundo.
Tecnologia avançada e insights globais impulsionam o PPI
Alimentado por um modelo de aprendizado de máquina, o índice combina análises avançadas com as pesquisas acadêmicas mais recentes sobre produtividade. Sua metodologia foi rigorosamente testada por economistas de renome internacional, garantindo credibilidade e relevância.
Chadi Moujaes, sócio da Strategy& Middle East, enfatizou a importância do índice para os formuladores de políticas: “O Índice de Potencial Produtivo oferece aos governos insights essenciais e uma ferramenta prática para identificar e focar nas áreas com maior potencial de crescimento econômico”.
O relatório revelou tendências-chave, incluindo o alinhamento com a abordagem "Além do PIB", que enfatiza a interseção entre crescimento econômico, descarbonização e coesão social, tornando o PPI um instrumento essencial para impulsionar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e a Agenda 2030.
Além disso, destacou que governos eficazes impulsionam a produtividade, pois instituições bem estruturadas favorecem a inovação e o empreendedorismo, garantindo o uso eficiente dos recursos naturais, humanos e intelectuais. O estudo aponta que qualidade institucional é um fator frequentemente negligenciado, mas essencial para políticas econômicas de longo prazo.
Outro destaque foi a importância das áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM). Embora capital humano e capital físico sejam fundamentais para todos os países, a pesquisa científica e o número de novas patentes diferenciam as economias com maior potencial de produtividade. O relatório prevê que esse avanço no conhecimento será um dos principais impulsionadores do crescimento global nas próximas décadas.
A edição deste ano do PPI traz uma inovação: um simulador de políticas online, que permite aos usuários comparar o desempenho de 60 países em 19 indicadores. A ferramenta fornece insights práticos, respondendo à pergunta essencial: "Como seria a produtividade de um país se ele otimizasse completamente seus recursos e capacidades?".