Muhammad Yunus discute desafios políticos de Bangladesh e defende modelo econômico centrado no ser humano na Cúpula Mundial de Governos 2025

DUBAI, 13 de fevereiro de 2025 (WAM) – Durante uma sessão de destaque na Cúpula Mundial de Governos 2025, o professor Muhammad Yunus, conselheiro-chefe do governo interino de Bangladesh, participou de uma conversa franca com Becky Anderson, da CNN, sobre o cenário político turbulento do país e os desafios significativos na restauração da estabilidade.

O laureado com o Prêmio Nobel da Paz subiu ao palco para falar sobre a grande responsabilidade que agora carrega – uma missão que nunca buscou, mas que aceitou devido à urgência da situação no país.

Ao ser questionado por Anderson se se arrependia de ter assumido o cargo de conselheiro-chefe, Yunus respondeu: "Nenhum arrependimento, mas é uma grande tarefa."

Apesar de estar focado na promoção do negócio social e do microcrédito em nível global – incluindo seu trabalho no design dos Jogos Olímpicos de Paris como um negócio social –, ele retornou a Bangladesh quando surgiu uma emergência e a juventude do país exigiu sua liderança.

A prioridade imediata do governo interino, explicou Yunus, é restabelecer a ordem e garantir que o país possa se preparar para eleições livres e justas, previstas para o final de 2025 ou início de 2026.

Além das questões políticas e econômicas urgentes, ele destacou a necessidade de reconciliação nacional e justiça.

Olhando para o futuro de Bangladesh, Yunus defendeu um novo modelo econômico, voltado para atender às necessidades humanas em vez de maximizar lucros. Ele reafirmou sua crença na possibilidade de construir um mundo sem pobreza, desemprego ou degradação ambiental por meio do negócio social – conceito que ele defende há décadas.

"Estou totalmente convencido de que isso é possível, porque nós queremos. E já que queremos, temos que trazer essa mudança de dentro de nós para torná-la realidade", afirmou Yunus, ressaltando que os negócios devem abordar questões sociais como saúde, educação e tecnologia sem ter o lucro como único propósito.

À medida que supervisiona a transição crítica de Bangladesh, Yunus deixou claro que sua permanência no governo é temporária. Ele garantiu que deixará o cargo assim que as eleições forem realizadas e um governo eleito assumir o poder. "Quando meu trabalho estiver concluído, entregarei a responsabilidade ao governo eleito e voltarei a fazer o que mais gosto", afirmou.