Agência de Meio Ambiente de Abu Dhabi lança primeiro projeto no Golfo para mapear, avaliar e restaurar habitats tradicionais de ostras

ABU DHABI, 22 de abril de 2025 (WAM) — Como parte de seus esforços para preservar habitats e ecossistemas marinhos e proteger o patrimônio cultural, e no âmbito da Estratégia de Mudanças Climáticas de Abu Dhabi, a Agência de Meio Ambiente de Abu Dhabi (EAD, na sigla em inglês) lançou um projeto pioneiro na região do Golfo Árabe para mapear, avaliar e restaurar habitats tradicionais de ostras no emirado.

O projeto, o primeiro do tipo no Golfo, tem como objetivo reduzir os efeitos das mudanças climáticas e melhorar a qualidade da água do mar por meio da ampliação das áreas de ostras, que ajudam a absorver e armazenar dióxido de carbono da água durante a formação das conchas.

A iniciativa também busca fortalecer o ambiente marinho e a biodiversidade, além de preservar o patrimônio cultural de Abu Dhabi.

A base de dados da EAD será aprimorada por meio de um levantamento e avaliação abrangentes dos leitos tradicionais de ostras, com a criação de um mapa digital interativo e moderno. O projeto também tem como meta ampliar a conscientização ambiental sobre a importância de proteger e restaurar habitats marinhos, envolvendo estudantes de escolas locais por meio da Iniciativa Escolas Sustentáveis (SSI) na montagem de recifes artificiais.

A nova iniciativa representa um avanço no fortalecimento da liderança do emirado em estudos e pesquisas sobre restauração de habitats de ostras e ecossistemas associados.

Na primeira fase do projeto, focada na coleta de dados sobre locais tradicionais de mergulho em busca de pérolas, a EAD identificou 335 pontos de mergulho com base em fontes científicas diversas, incluindo mapas, livros históricos, sua base de dados e entrevistas com pescadores tradicionais.

Após a conclusão do levantamento dos locais e a avaliação do estado das ostras, a EAD iniciou a formulação de um plano de restauração dos habitats degradados e o desenvolvimento de estruturas com conchas de ostras provenientes do Centro de Pérolas de Abu Dhabi, localizado em Mirfa, além de atualizar o mapa digital dos habitats atuais.

Na segunda fase, a EAD concluiu a avaliação de 150 dos 335 leitos tradicionais, identificou 200 novos habitats de ostras e elaborou um plano para restaurar os leitos afetados. Entre os locais avaliados, a agência selecionou Umm Al Salsal — um ponto tradicional de mergulho degradado na parte leste da Ilha de Marawah — para dar início aos trabalhos de restauração.

Como parte do plano, a EAD projetou, desenvolveu e instalou 64 estruturas com diferentes formatos em Umm Al Salsal. Cerca de 30 alunos de escolas da região de Al Marfa, participantes da SSI, ajudaram a montar as estruturas feitas com materiais sustentáveis, incluindo conchas de ostras do Centro de Pérolas. Um plano de monitoramento está em andamento para avaliar o progresso e o sucesso da restauração no local selecionado.

Ahmed Al Hashemi, diretor-executivo do Setor de Biodiversidade Terrestre e Marinha da EAD, afirmou: “Antes do surgimento das pérolas cultivadas e da descoberta do petróleo, o Golfo Árabe era um centro importante para o comércio de pérolas, famoso por produzir as mais finas e renomadas do mundo. O mergulho não era apenas uma profissão ou meio de sustento, mas um sistema social completo que influenciou profundamente a cultura e as tradições da região. No entanto, essa atividade exigia a coleta de milhares de ostras para encontrar algumas poucas pérolas preciosas.”

“Hoje, a Agência de Meio Ambiente de Abu Dhabi busca reviver esse rico patrimônio cultural de forma moderna e sustentável, apoiando e promovendo práticas de cultivo de pérolas. Nosso objetivo com este projeto é expandir as atividades de aquicultura no emirado e aproveitar seus grandes benefícios — como o aumento da biodiversidade, o suporte a espécies marinhas e a melhora na saúde geral dos ecossistemas. Além disso, as ostras têm grande valor histórico e cultural para Abu Dhabi, e sua restauração reforça esse vínculo. Elas também contribuem para a purificação da água e ajudam a manter o equilíbrio dos ecossistemas marinhos, impactando diretamente a sustentabilidade ambiental”, acrescentou.

Os planos futuros da EAD para o Projeto de Restauração de Ostras Perlíferas incluem uma ampla gama de iniciativas ambientais e comunitárias, com expansão gradual dos locais de restauração conforme os primeiros resultados se mostrarem bem-sucedidos — identificando novos locais adequados e aumentando o número de ostras cultivadas e reabilitadas.

A longo prazo, esses esforços podem estimular investimentos em pesquisa científica voltada ao desenvolvimento de técnicas de restauração mais eficientes, como estudos genéticos de ostras, programas avançados de reprodução e métodos inovadores de aquicultura.