Declaração de Bagdá exige fim imediato da guerra em Gaza

BAGDÁ, 17 de maio de 2025 (WAM) – A Declaração de Bagdá, divulgada ao final da 34ª Cúpula Árabe, exigiu a interrupção imediata da guerra na Faixa de Gaza e o fim de todas as hostilidades contra civis, rejeitando de forma categórica qualquer tentativa de deslocamento forçado do povo palestino.

Os líderes árabes reafirmaram seu apoio ao direito dos palestinos de estabelecer um Estado independente com base nas fronteiras de 1967, tendo Jerusalém Oriental como capital. Ressaltaram a centralidade da causa palestina e a necessidade urgente de fornecer ajuda humanitária, apoiar a iniciativa árabe-islâmica de reconstrução, criar um fundo especial para a reconstrução de Gaza e prestar assistência a órfãos e feridos.

A declaração rejeitou todas as tentativas de judaização de Jerusalém e condenou fortemente as práticas ilegais cometidas por Israel como potência ocupante. Tais ações, segundo os líderes, violam os direitos dos palestinos à liberdade, à dignidade e à vida, em clara afronta ao direito internacional e aos valores universais.

O documento também reafirmou o apoio à unidade, soberania e integridade territorial dos países árabes em crise, defendendo soluções políticas, diálogo nacional inclusivo e o fim das interferências estrangeiras.

A cúpula reiterou seu apoio pleno à soberania dos Emirados Árabes Unidos sobre as ilhas Grande Tumb, Pequena Tumb e Abu Musa, ocupadas pela República Islâmica do Irã. Os líderes pediram que o Irã responda positivamente à iniciativa dos Emirados para resolver a disputa de forma pacífica, seja por meio de negociações bilaterais diretas ou com recurso à Corte Internacional de Justiça, em conformidade com o direito internacional e a Carta das Nações Unidas. A intenção, segundo a declaração, é promover a confiança mútua e reforçar a segurança e a estabilidade na região do Golfo Árabe.

No campo do desenvolvimento, a Declaração de Bagdá adotou iniciativas estratégicas voltadas à segurança alimentar, inteligência artificial, empoderamento das mulheres, ensino técnico e energias renováveis, ao lado do fortalecimento da cooperação árabe para enfrentar desafios regionais e globais.

Em matéria de segurança, a declaração reafirmou a rejeição de todas as formas de terrorismo e destacou a importância de combater o discurso de ódio e o extremismo. A cúpula também saudou a criação do Centro Nacional de Combate ao Terrorismo no Iraque.

Os líderes manifestaram apoio às negociações nucleares em curso entre Estados Unidos e Irã e elogiaram o papel de mediação desempenhado por Omã. A declaração final reiterou ainda o apelo pela eliminação de todas as armas de destruição em massa no Oriente Médio.