NOVA YORK, 23 de maio de 2025 (WAM) – Como parte dos preparativos para a Cúpula Bridge, o Escritório Nacional de Mídia (NMO, na sigla em inglês) organizou uma mesa-redonda durante o Congresso Mundial da INMA (Associação Internacional de Mídia de Notícias), realizado em Nova York. O evento contou com a presença de Abdulla bin Mohammed bin Butti Al Hamed, presidente do NMO e do Conselho de Mídia dos Emirados Árabes Unidos.
O encontro reuniu lideranças de áreas como jornalismo, tecnologia, entretenimento, comunicação pública e cultura. Por meio de sessões interativas e oficinas, os participantes discutiram desafios atuais do setor e formas de promover a colaboração entre diferentes campos.
Al Hamed afirmou que a Cúpula Bridge tem como meta redefinir o cenário midiático por meio de cooperação internacional e esforços integrados. O objetivo, segundo ele, é fortalecer o papel social da mídia e contribuir para um mundo mais sustentável e humano. Destacou que a construção de um ecossistema de mídia responsável e criativo depende de parcerias transnacionais sólidas.
Ele ressaltou que a mesa-redonda foi um passo importante na preparação global para o evento. A cúpula busca estabelecer uma visão compartilhada para o setor, baseada em integração setorial, sinergia interdisciplinar e interação cultural, em um contexto de transformação digital acelerada.
A sessão de abertura foi conduzida por Richard Attias, presidente executivo da empresa global de comunicação estratégica Richard Attias & Associates. Em seguida, Maryam BinFahad, assessora do NMO, apresentou os objetivos da iniciativa Bridge e seu papel no fortalecimento da confiança e no enfrentamento dos desafios enfrentados pelo setor.
Em uma das sessões, intitulada “Entretenimento e poder cultural: quando a atenção vira moeda”, da qual participaram o presidente do NMO e profissionais do setor, os participantes defenderam a responsabilidade dos criadores de conteúdo em relação à qualidade das mensagens e ao impacto sobre a consciência social.
Durante os debates, Al Hamed argumentou que a verdadeira influência não se mede por visualizações ou índices de engajamento, mas pela força do conteúdo autêntico e com propósito, capaz de promover comunidades mais conscientes e coesas, e de resgatar valores humanos em um ambiente digital marcado pela velocidade e superficialidade.
A autoridade dos Emirados afirmou ainda que o principal desafio das plataformas digitais é preservar a autenticidade e a credibilidade em meio à influência de algoritmos e da lógica publicitária. Esses sistemas, segundo ele, muitas vezes priorizam conteúdos passageiros e superficiais, em detrimento de materiais mais profundos. Defendeu a criação de conteúdos com sentido e mensagem, que contribuam para um debate cultural qualificado e fortaleçam a coesão social.
Na sessão “Quem molda a narrativa hoje?”, jornalistas e criadores de conteúdo discutiram o impacto crescente de fatores digitais sobre o discurso público.
Outra sessão, “Instituições de caridade: o preço da independência editorial”, tratou de modelos alternativos de financiamento capazes de proteger a autonomia criativa e jornalística.
Já em “Instituições acadêmicas: como ensinar a verdade quando a confiança se perde”, o foco foi a formação de lideranças capazes de preservar a integridade em um ambiente digital descentralizado.
A sessão “O futuro da mídia: vozes além das fronteiras” abordou os desafios técnicos, éticos e criativos que podem remodelar o setor.
Na sessão final, “Mídia e inovação: transformação, verdade e autenticidade”, os participantes debateram os impactos de tecnologias avançadas, como inteligência artificial e realidade aumentada, nas narrativas midiáticas e na credibilidade das informações.
O evento também incluiu a oficina “Jornalismo e educação diante da crise de confiança”, conduzida por profissionais da imprensa e do meio acadêmico. A atividade discutiu os desafios enfrentados pelo setor diante da queda na confiança do público jovem.