"O mundo precisa de ambição como a de xeique Mohammed", diz Piers Morgan

DUBAI, 28 de maio de 2025 (WAM) — O ritmo de evolução, transformação e dinamismo de Dubai é contagiante, afirmou o renomado apresentador e comentarista britânico Piers Morgan, ao elogiar a visão ousada do xeique Mohammed bin Rashid Al Maktoum, vice-presidente e primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos e emir de Dubai.

Relembrando a construção do Burj Khalifa, Morgan contou que, quando a torre estava apenas 40% concluída, xeique Mohammed determinou que fosse elevada para se tornar o edifício mais alto do mundo. “Esse é o nível de ambição que o restante do mundo precisa. Ser maior, melhor e mais alto em tudo o que fazemos”, afirmou.

Da admiração pelo impressionante crescimento de Dubai a uma crítica contundente aos desafios enfrentados pela mídia global, a participação de Morgan na Cúpula Árabe de Mídia, em sessão com Mina Al-Oraibi, editora-chefe do jornal The National, nesta quarta-feira, abordou temas como ambição, verdade, controvérsia e o futuro do jornalismo. Ele falou no terceiro e último dia da cúpula, organizada pelo Dubai Press Club.

A sessão discutiu as controvérsias em torno de sua cobertura do conflito em Gaza. “Não estou aqui para tomar partido, estou aqui pela ‘Verdade’”, enfatizou Morgan. Em resposta à observação de Al-Oraibi sobre sua crescente influência no Oriente Médio, ele citou seu debate viral com o comediante Bassem Youssef, que ultrapassou 22 milhões de visualizações. “Aquele momento mostrou que o mundo estava assistindo”, disse, relembrando que os dois se encontraram posteriormente em Los Angeles para uma longa conversa que o ajudou a compreender melhor a complexa história da região.

Morgan esclareceu que não é um reacionário. “Mudo minhas opiniões quando os fatos mudam. Meu trabalho não é tomar lados, é estar ao lado da ‘Verdade’; não da sua verdade ou da minha verdade, mas da Verdade”, explicou. Ele alertou para a crescente onda de desinformação, citando um caso recente no Reino Unido em que uma mulher foi presa por causa de uma postagem nas redes sociais — posteriormente deletada. “Ela pediu desculpas, mesmo assim está cumprindo pena de dois anos. Isso é desconcertante. Onde traçamos a linha?”

“A liberdade de expressão precisa ser protegida”, disse, “mas não deve ser confundida com fake news. Os fatos são sagrados. Concorde com os fatos; depois debata suas opiniões.” Embora tenha admitido que ainda aprecia ler jornais impressos, foi direto ao falar sobre o futuro desses meios: “Ninguém com menos de 35 anos consome mídia tradicional. Eles recebem notícias pelo TikTok e pelo X. Essa é a realidade.”

Ressaltando a importância da credibilidade na era da inteligência artificial, quando as redes sociais se tornaram fonte de notícias, ele afirmou: “Deixe que todos sejam jornalistas, mas para profissionais treinados, a credibilidade individual é fundamental.”

Questionado sobre por que não foge da controvérsia, Morgan foi franco: “Adoro controvérsias! Elas fazem as pessoas me assistirem. Mas nunca com promessas falsas. Sou a voz do bom senso. É isso que a maioria das pessoas valoriza.”

Ele alertou contra a supervalorização do barulho nas redes sociais: “Apenas 20% das pessoas estão no X, e são 8% delas que fazem barulho. Isso não representa a realidade.”

Quando perguntado sobre o futuro da mídia, respondeu: “A mídia tradicional está na Idade das Trevas. Veja onde os jovens estão hoje; nos celulares, nos laptops, no YouTube. Esse é o futuro.”

Ao encerrar a sessão, Al-Oraibi destacou a importância do jornalismo responsável na formação de sociedades bem informadas, enquanto Morgan reiterou que, em um mundo cheio de ruído, a verdade ainda importa — e a verdadeira ambição pode transformar o mundo.