ABU DHABI, 16 de junho de 2025 (WAM) — Os Emirados Árabes Unidos registraram avanços notáveis no combate à desertificação e aos desafios associados ao fenômeno, por meio de medidas proativas e iniciativas inovadoras que contribuíram para mitigar seus efeitos e expandir de forma constante as áreas agrícolas.
Comemorado nesta terça-feira (17/6), o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca oferece uma oportunidade para destacar a abordagem visionária dos Emirados na gestão desse problema urgente, apesar das severas condições climáticas, como altas temperaturas e baixa pluviosidade.
O país segue empenhado em atingir os objetivos da Estratégia Nacional de Combate à Desertificação 2022–2030, que busca preservar ecossistemas, recuperar terras áridas e semiáridas, adaptar-se e mitigar os efeitos das mudanças climáticas sobre áreas propensas à desertificação, além de promover a conscientização e capacitação nacional sobre o tema. A estratégia também incentiva o uso de tecnologias modernas, a integração da pesquisa científica no controle da desertificação e o fortalecimento de parcerias em níveis nacional, regional e internacional.
Durante reunião do Gabinete em 3 de fevereiro, foram apresentados os principais resultados obtidos no âmbito da estratégia, incluindo a reabilitação de 1.800 hectares de terras degradadas, a melhoria de 378,2 quilômetros quadrados de solo, a redução da área degradada a apenas 1,2% e a estabilização de 98,8% das terras analisadas. A estabilidade do carbono no solo foi registrada em 98,2%.
Os Emirados também desenvolveram um sistema inteligente de monitoramento do solo com uso de inteligência artificial, conduziram 96 estudos científicos no âmbito do programa de estímulo à chuva e implementaram 25 projetos voltados à agricultura em ambientes salinos e desérticos. Foram ainda estudadas 325 espécies de plantas com tolerância à seca, ao calor e à salinidade.
Várias iniciativas foram lançadas para fortalecer os ecossistemas terrestres, entre elas projetos de pastoreio sustentável, programas de neutralidade na degradação do solo, o desenvolvimento de bancos genéticos de plantas nativas resistentes à desertificação, sistemas de alerta precoce para tempestades de areia e poeira, além de iniciativas para gestão de cinturões verdes e florestas urbanas.
O país tem dedicado atenção significativa à recuperação de áreas desérticas, à criação de florestas artificiais, cinturões verdes e espaços abertos com espécies vegetais nativas e tolerantes ao sal. Essas ações incluem também o controle do pastoreio excessivo, do desmatamento e de práticas agrícolas insustentáveis. Os Emirados promovem ainda pesquisas sobre o aumento artificial de chuvas, a construção de barragens, o uso de água tratada e campanhas de conscientização para engajar a população no enfrentamento da desertificação.
No plano internacional, os Emirados reforçaram seu compromisso ao aderir à Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação em 1998.
Em consonância com os compromissos assumidos, o Ministério da Mudança Climática e Meio Ambiente elaborou, com apoio de parceiros estratégicos, a primeira estratégia nacional contra a desertificação em 2003, atualizada em 2014. A atual versão, válida até 2030, representa a terceira fase desse esforço contínuo.
Graças a essas políticas, o país transformou vastas áreas desérticas em parques, fazendas e paisagens verdes. Os esforços incluem ainda a criação de cerca de 49 reservas naturais terrestres e marinhas, em linha com a meta nacional de reduzir a degradação do solo e promover a sustentabilidade ambiental.
Vale destacar que os Emirados foram um dos primeiros países da região a adotar o estímulo artificial de chuvas como método inovador para combater a desertificação e a seca, aumentar a cobertura vegetal, ampliar os recursos hídricos e mitigar os efeitos das mudanças climáticas.