ABU DHABI, 19 de junho de 2025 (WAM) — O Banco Mundial prevê que a economia dos Emirados Árabes Unidos continuará em trajetória de crescimento nos próximos anos, com expansão estimada de 4,6% em 2025 e estabilidade em torno de 4,9% em 2026 e 2027.
De acordo com a mais recente edição do Gulf Economic Update (GEU), baseada em dados disponíveis até 1º de junho, os setores não petrolíferos seguem como principais motores da economia emiradense, com previsão de crescimento de 4,9% já no próximo ano.
O relatório aponta que o crescimento econômico médio nos países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) deve chegar a 3,2% em 2025 e a 4,5% em 2026. Esse avanço será impulsionado, sobretudo, pela expansão dos setores não ligados ao petróleo, impulsionados por consumo privado, investimentos e reformas estruturais.
Segundo o documento, o PIB da região cresceu 1,7% em 2024 — um salto considerável em relação aos 0,3% registrados em 2023. O setor não petrolífero, em particular, demonstrou resiliência, com expansão de 3,7%.
Entre os países do GCC, o Bahrein deverá manter crescimento estável de 3,5% em 2025, enquanto o Kuwait pode alcançar 2,2%. Para Omã, projeta-se aceleração gradual do crescimento: 3% em 2025, 3,7% em 2026 e 4% em 2027. No Catar, a previsão é de estabilidade em 2,4% em 2025, com alta média de 6,5% entre 2026 e 2027. Já a Arábia Saudita deve alcançar 2,8% em 2025 e média de 4,6% nos dois anos seguintes.
O relatório também chama atenção para os desafios relacionados à instabilidade do comércio internacional. O risco de desaceleração global segue afetando as economias do Golfo, o que reforça a recomendação de aceleração nas reformas para diversificação econômica e intensificação do comércio regional.
Safaa El Tayeb El-Kogali, diretora da divisão do Banco Mundial para os países do GCC, afirmou: “A resiliência das nações do Golfo diante das incertezas globais, ao mesmo tempo em que avançam na diversificação econômica, reforça seu forte compromisso com a prosperidade de longo prazo”.
Ela destacou ainda que políticas fiscais estratégicas, investimentos direcionados e foco em inovação, empreendedorismo e geração de empregos para os jovens serão cruciais para sustentar o crescimento e a estabilidade da região.
Intitulado “Gastos Inteligentes, Resultados Mais Fortes: Política Fiscal para um GCC Próspero”, o relatório analisa o papel da política fiscal na estabilização macroeconômica e no estímulo ao crescimento, especialmente relevante diante das oscilações nos preços do petróleo, que pressionam os orçamentos nacionais.
A análise indica que os gastos públicos na região têm se mostrado eficazes para amortecer os impactos de ciclos recessivos. Cada unidade de aumento no gasto fiscal pode resultar em crescimento de 0,1 a 0,45 unidades no produto interno não petrolífero dos países do Golfo.